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Cartas-->Saudades de você... -- 02/10/2000 - 22:10 (Bia Zolnier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Lembrei de você...Num tempo distante...um outro instante. Lembrei!
Parcos dias de sol numa praia isolada...Quantos dias foram? - Não importa. Chovia tanto que o tempo parecia ter naufragado na água empoçada do jardim (já quase um pântano com direito a flores aquáticas e serenata de sapos!).
Caminhávamos com roupas encharcadas pela beira da praia. Cantávamos e dançávamos sem as usuais testemunhas oculares da nossa história... Éramos só nós, a chuva, e o mar... O vento carregava para longe o nosso segredo - E o que importava isso? - . Tínhamos simplesmente a vida pela frente!
Ah! O vento! Lembra seu susto com o barulho dos galhos secos das árvores contra a janela? Lembra o meu susto, com aquele gato cinza que invadiu a sala no meio da noite? Criatura horripilante! A muito custo e alguns arranhões, você colocou o bichano prá fora e conseguiu acalmar o pavor que eu estava sentindo...Naquela noite, tive pesadêlos horríveis. Quase nem senti seu abraço, mas ainda lembro do calor terno do olhar quando acordei. Você não disse nada, apenas sorriu, e eu sabia que estava tudo bem.
Engraçado...Não precisávamos de muitas palavras para nosso entendimento. Algumas vezes bastava apenas o olhar, o toque, o sorriso. Afinal, estávamos vivendo uma grande paixão, não é?!
Mas não foi só por isso que lembrei de você...Comentava com alguém sobre mensagens em garrafas lançadas ao mar...Lembra?
Um poema a quatro mãos. Seus versos intercalando-se com os meus, numa dança de sedução - direitos autorais da paixão! -. Um juramento de amor elaborado à luz da emoção... As palavras fluíam tão rápido quanto o delicioso vinho tinto desaparecia da garrafa! Num único gesto de racionalidade e lógica, colocamos apenas iniciais - Nada de nomes! -. Não sei porque fui ter aquela idéia quase infantil de colocar o poema na garrafa, lacrar e lançar ao mar... Parecia desafiador, no momento! Era tão empolgante tudo aquilo, que não nos demos conta de que algo estava se transformando dentro de nós...A alma de nosso amor se esvaía, sem que percebêssemos, e o que restou, era sutil e frágil demais para sobreviver por muito tempo...
Sei que já se passaram muitos anos. Sei que agora somos outras pessoas envolvidas com outras pessoas... Mas me intriga saber: Que terá acontecido com o poema da garrafa?
Acho que nunca terei a resposta... Na verdade, não importa. Foi bom saber que existem lembranças deliciosamente agradáveis guardadas com zêlo, nos escaninhos da memória! Foi gostoso lembrar... Um gosto suave e macio de vinho tinto numa noite de chuva!
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